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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Conhecendo as Bancas - Texto de J.W Granjeiro


Saiba o que as principais bancas de concursos públicos cobram nas provas


   “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.
Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota.
Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...”


O inimigo do candidato é a banca examinadora. Para vencê-la, será necessário conhecê-la profundamente, traçando minucioso estudo de suas características, pensamentos, peculiaridades, preferências. Pensando nisso – e tendo como o objetivo de reconhecer o “inimigo” para vencer a batalha para conquistar o tão desejado cargo público –, elaborei este guia com as principais características das bancas examinadoras.
            A preparação de um candidato para concurso público exige não apenas conhecimento das matérias de prova, determinação férrea para estudar até o último momento e foco absoluto na meta final da aprovação. É preciso que ele conheça também a banca que vai aplicar a prova e como ela costuma abordar cada uma das disciplinas que farão parte do concurso, a fim de responder o que foi perguntado pelo examinador e não desperdiçar preciosos pontos com respostas divergentes do pensamento da banca.
            Conhecer a banca é tão importante quanto conhecer o edital, que estabelece os parâmetros do concurso e delineia o campo de estudos onde será travada a batalha pela aprovação. Por isso, o artigo desta semana trata exatamente deste assunto: um estudo comparativo entre as principais bancas de concursos públicos do país, que mostra o comportamento de cada uma em quatro áreas fundamentais de praticamente todas as seleções que vêm por aí: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Informática.
            A metodologia é a primeira grande diferença que se verifica na correção das provas entre o Cespe – a principal banca de concursos públicos do país – e as demais bancas examinadoras. O Cespe utiliza, basicamente, o sistema de Certo ou Errado, o que significa que o candidato tem 50% de chance de acertar cada resposta. A banca adota o sistema de correção em que cada resposta errada anula uma certa – o que leva o candidato a pensar duas vezes antes de “chutar”. O teste também pode ser de múltipla escolha, privilegiando o raciocínio interdisciplinar, o que exige uma um amplo conhecimento das matérias do concurso.
            Outra forte banca examinadora de concursos públicos é a Esaf. Ela trabalha com nota mínima na prova e nota mínima no grupo de provas. Suas provas são de múltipla escolha, com cinco alternativas de resposta, o que dá ao candidato 20% de chances em cada questão. E, nesse sistema, em que a resposta errada não anula a certa, ele pode até arriscar o “chute”, quando não souber a resposta, pois se não acertar perderá apenas o ponto da resposta errada.
            Vamos, então, seguir com o estudo comparativo entre as bancas pela matéria que está presente em todos os concursos e, em geral, é a de maior peso na nota final: Língua Portuguesa.
            Na questão da abordagem do assunto, por exemplo, o Cespe tem um pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística. A Esaf, por sua vez, é mais estruturalista; e a FCC (Fundação Carlos Chagas) valoriza a gramática normativa, a regra. Já a FGV privilegia estudos sintáticos ligados ao texto; a Iades dá ênfase à gramática normativa e à lingüística textual. A Consulplan também prefere a gramática normativa, além de selecionar textos mais curtos.
            Veja abaixo o quadro comparativo entre bancas no tratamento de Língua Portuguesa.
                Banca                          
 
O que se cobra
CESPE
ESAF
FCC
CESGRANRIO
FUNIVERSA
IADES
FGV
CONSULPLAN
Abordagem
Pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística.
Mais estruturalista.
Valoriza a gramática normativa, a regra.
Entre a gramática normativa e
linguística textual.
Linguística textual
Gramática normativa e linguística textual.
Estudos sintáticos ligados ao texto.
Gramática normativa. Textos pequenos.
Características
Bons textos selecionados, autores conhecidos e temas da atualidade sobre: textos adaptados de sites da internet.
Exige conhecimento da lógica da estruturação de um texto em Língua Portuguesa.
Tendência a trabalhar com questões do tipo “marque a alternativa INCORRETA”.
Nível de cobrança mais simples.
Textos de grande extensão. Há sempre a impressão de que não háuma resposta correta.
Textos longos. As questões privilegiam o conhecimento gramatical do candidato.
Textos bem trabalhados e vocabulário repleto de linguagem metafórica.
Não contextualiza a cobrança dos conhecimentos gramaticais ou contextualiza pouco.
Temas recorrentes
Política, Economia e decisões recentes (em artigos jornalísticos).
Temas sociológicos/filosóficos.
Autores: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Marilena Chauí, Euclides da Cunha e outros.
Linguagem não verbal, como a charge. Textos provenientes do jornal O Globo.
Temas humanísticos.
Tendência: temas relacionados à área de atuação do órgão, instituição etc. Caso seja Conselho Federal de Administração, os temas serão da área administrativa.
Políticos e Econômicos.
Sociologia e direitos humanos. (O Globo e textos poéticos).
O que cobra
Funções dos termos QUE e SE; sinais de pontuação; concordância. Questões de acentuação/ortografia.
Principalmente “a alternativa que continua o texto” ou “assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto”.
Estudar: estrutura do parágrafo, coerência e coesão.
Acentuação e ortografia vigentes (só vale a nova ortografia), verbo, vozes verbais (sempre!), funções sintáticas, concordância e regência.
Acentuação, funções sintáticas, concordância, regência e pontuação.
Reescritura de textos. Uso de conectivos.
Correção gramatical das reescrituras. Acentuação e ortografia vigentes. Período simples e composto. Colocação pronominal. Valores semânticos das preposições.
Orações subordinadas e coordenadas; uso de conectivos. Cobrança de vocabulário.
Colocação pronominal,pontuação,período simples e composto,acentuação e ortografia, uso de vocábulo,crase.
            Agora, vamos ao Direito Administrativo. Qual é o doutrinador mais citado pelas bancas na área que é minha especialidade e que leciono para concursos públicos há mais de 22 anos? Se você respondeu Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, acertou a questão. Confira outras informações no quadro abaixo.
           Banca
 
 
O que se
cobra
 
CESPE
ESAF
FCC
CESGRANRIO
FUNIVERSA
FGV
CONSULPLAN
IADES
Doutrina
Sim - Muito
Sim - Muito
Sim
Sim
Sim
Pouco
Pouco
Sim (metade)
Jurisprudência
Muito (sobretudo do STF e do STJ)
Sim, principalmente STF
-
Pouco
Pouco
STF e STJ
Pouco ou nada
Pouco ou nada
Lei seca (texto legal)
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Muto
Muito (metade)
Autores mais citados
Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello
Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Hely Lopes
Hely Lopes e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Hely Lopes e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
            O Direito Constitucional é outra disciplina de grande peso em inúmeros concursos públicos. A comparação entre as principais bancas de provas para concursos mostra que, nesta matéria, o autor mais citado é Alexandre de Moraes. Saiba também, no quadro a seguir, como os examinadores se comportam quanto aos conteúdos de doutrina e jurisprudência.
                        Banca
 
O que se cobra
CESPE
ESAF
FCC
CESGRANRIO
FUNIVERSA
FGV
CONSULPLAN
IADES
Doutrina
Pouco
Muito
Médio
Pouco
Médio
Muito
Pouco
Pouco
Jurisprudência
Muito
Médio
Pouco
Pouco
Pouco
Pouco
Pouco
Médio
CF “seca”
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Muito
Autores mais citados
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes
José Afonso da Silva
José Afonso da Silva e Alexandre de Moraes
 
-
Pedro Lenza e Alexandre de Moraes
José Afonso da Silva
Alexandre de Moraes
Pontes de Miranda
 
            Por fim, vamos analisar uma disciplina que pode ser o diferencial para a aprovação num concurso público: Informática – hoje um conhecimento essencial no cotidiano da grande maioria das pessoas, sendo cobrado cada vez com maior rigor por todas as bancas examinadoras. Portanto, preste bem atenção no que vou mostrar. Por exemplo: o conteúdo mais cobrado pelo Cespe é o MsOffice (Word, Excel). Já a Esaf tem predileção por Hardware, Redes e Internet, Linux e Segurança da Informação.
            Veja no quadro abaixo os principais conteúdos cobrados nas provas de informática dos concursos públicos pelas diversas bancas examinadoras.
                                
             Banca
 
O que se cobra
CESPE
ESAF
FCC
CESGRANRIO
FUNIVERSA
FGV
CONSULPLAN
IADES
Conteúdo mais cobrado
MS.Office (Word, Excel) com a imagem dos botões; Linux e BrOffice
Hardware, Redes e Internet, Linux e Segurança da Informação.
Word, Excel e Power Point.
Importantes: Segurança da Informação, Internet Explorer, Windows e Conceitos relacionados à Internet.
Segurança da Informação, Conceitos relacionados à Internet e programas do pacote Ms.Office, principalmente Excel e Word.
Noções de Software Livre, Segurança da Informação, Excel, conceitos de Internet e Painel de Controle do Windows.
Microsoft Office (Excel e Word).
Periféricos componentes básicos, hardware.
Word, Internet, Web, Windows Vista.
Grau de dificuldade da questão
Em 2008, extremamente fácil.
Em 2009, aumento no grau de dificuldade.
Relativamente alto (em assuntos como Hardware, Redes e Internet, Linux).
Nível intermediário de dificuldade. Textos longos. Questões associadas à parte prática da informática.
Baixo. Cobra muito conceitos e funcionalidades sobre ferramentas.
Baixo.
Alto.
Baixo/fácil
Baixo
Destaque a ser dado pelo candidato.
Conceitos relacionados à Internet e Intranet, Navegador Internet Explorer, Sistemas operacionais Linux e Windows e Editores de texto Word e Writer.
A Esaf usa palavras sinônimas para referenciar os dispositivos do computador. Ex. Memória RAM= memória principal ou memória de trabalho.
O candidato deve se preocupar com os procedimentos e utilidades das principais ferramentas.
-
Programas navegadores da Web e gerenciadores de correio eletrônico.
Fórmulas do Excel. Teclas de atalho. Ferramentas do Word. Questões relacionadas à Internet.
Componentes básicos de micro computador.
Recursos básicos Microsoft, Word 2007.
 
            Aí estão, caros concurseiros, estas preciosas dicas para vocês que colocaram a aprovação em concurso público como o seu principal objetivo de vida atualmente. Creio que será de grande valia ler tudo com calma e procurar assimilar esses quadros para fazer uso no momento certo – a hora da prova, obviamente. Estou certo que, utilizando com inteligência essas informações, você vai garantir sua aprovação e, em breve, será titular de um 
FELIZ CARGO NOVO!
 
J. W. GRANJEIRO
Diretor-Presidente do Gran Cursos
Coordenador do Movimento pela Moralização dos Concursos - MMC. www.professorgranjeiro.com

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O CONCURSEIRO E O BAMBU - texto de Wilson Granjeiro


Wilson Granjeiro
José Wilson Granjeiro é reconhecido por suas obras, cursos e palestras sobre temas relativos à Administração Pública. É dono do Gran Cursos e professor titular de Direito Administrativo e Administração Pública no Distrito Federal

O CONCURSEIRO E O BAMBU
 
Há muito tempo, um escritor de nome Covey fez uma analogia ao crescimento do bambu, em uma história intitulada "A História do Bambu Chinês". Nela, o autor explicava o processo de crescimento e maturação do arbusto e comparava cada etapa ao processo humano. Diz-se que o bambu leva em média cinco anos para começar a se desenvolver externamente. Nesses primeiros anos, o crescimento é subterrâneo. O arbusto cria fortes e resistentes raízes, para somente então permitir que o caule apareça.

Aplico o ensinamento de Covey à vida dos concurseiros. Se nos ocupássemos de analisar a estrutura do bambu, ficaríamos no mínimo curiosos para entender como um arbusto tão comprido e "fraco" permanece em pé mesmo durante tempestades. Ocorre que, além de contar com uma base firme e sólida, o bambu tem a flexibilidade da humildade. É preciso curvar-se até o chão diante das dificuldades que você, leitor e concurseiro, enfrent ará durante a trajetória rumo à aprovação.

Analisando minuciosamente a composição do arbusto, colhi sete verdades e ensinamentos que auxiliarão o concurseiro de plantão a ser aprovado em um concurso público e ter um futuro de sucesso.

1) Primeira verdade: O que mais importa é a humildade. Essa virtude permitirá que, assim como o bambu, você consiga se curvar diante dos ensinamentos dos mestres e das dificuldades. Aprenda com os concorrentes mais disciplinados, organizados e preparados.

2) Segunda verdade: É muito difícil derrotar um candidato bem preparado. Ele demora a aparecer e a demonstrar o seu valor. Antes de tudo, o bom candidato prepara a terra e a semeia, para, então, aguardar o fortalecimento da raiz. Só depois de ter certeza de que conta com uma base forte e resistente, como o bambu, o concurseiro se propõe a crescer e passa a colher os frutos da profunda e planejada preparação para o sucesso.

3) Terceira verdade: O bambu nunca está sozinho. Se você observar, no bambuzal eles estão sempre muito unidos. É um sinal de fortalecimento e proteção. Tendo isso em vista, é importante o concurseiro saber unir a voz da experiência, estudar em grupo e fazer cursos do tipo "pacote". Quem caminha sozinho dificilmente chega a algum lugar.

4) Quarta verdade: O bambu não se dá ao luxo de ter folhas. O bambu pode alcançar até vinte e cinco metros de altura sem galhos e folhas. Inspirado no exemplo da planta, o candidato deve se prender tão-somente à meta de conquistar o alto e o sucesso. Para isso, é necessário renunciar a coisas insignificantes, isto é, às "folhas". Para vencer, é preciso desprender-se daquilo que suga as forças e impede o crescimento: preguiça, pessoas negativas, indisciplina, desorganização, etc.

5) Quinta verdade: O bambu é cheio de "nós". Em cada fase - ou gomo, no caso do bambu -, encontramos um nó que a liga à próxima fase - ou ao próximo gomo -, e assim sucessivamente. Esses nós são aquelas pessoas que nos ajudam a resolver os problemas e a enfrentar as dificuldades que surgem; são os amigos e familiares que nos ajudam a alcançar as nossas metas. Nunca descarte os "nós" de sua vida, pois eles o fortalecerão nos momentos de fraqueza.

6) Sexta verdade: O bambu é oco (vazio). O bom e preparado candidato deve esvaziar-se de tudo aquilo que é desnecessário, rouba tempo e tira a atenção da principal meta: a aprovação.

7) Sétima verdade: O bambu cresce somente para o alto. O crescimento do bambu é linear e sempre em direção ao alto, ao superior. O concurseiro dedicado deve, antes de tudo, traçar metas de curto, médio e longo prazo e persegui-las paciente e atentamente.

Às vezes praticamos a semeadura e demoramos a ver a chegada das flores, dos frutos, do caule. Nos sentimos desestimulados ao ver que já se passaram dias, semanas, meses sem nenhum retorno. Mas, se nos apegarmos ao ensinamento do bambu, perceberemos que, para alcançar a aprovação, antes de mais nada, é preciso contar com uma base sólida.

Busque, dia após dia, o conhecimento aprofundado, e dedique-se com tenacidade. Em breve, você será como um bambu de vinte e cinco metros de altura: alguém que alcançou o topo da estabilidade e o sucesso profissional.